Vem se achegue mais Que a onça negra se vestiu de nordestina O raio de Sol e o balanço da maré Lendas e mistérios de um povo e sua fé Do chão rachado o riscado do sertão Muitas histórias do cangaço e lampião A luta que aflorou feito mandacaru Eternizado nos cordéis e nas escritas A cultura infinita que enfeita o céu azul O divino me chamou pra abençoar Meu Padim é meu altar Vou seguir em romaria Tem lavagem do bom fim Tem axé, água de cheiro Vou saudar Iemanjá Todo dois de fevereiro Floresce a arte esculpida A renda tecida Os sonhos de algodão Tantos sabores e temperos vou provar No xaxado me acabar Ao som do rei do baião Oh meu sanfoneiro! Acordes à luz do luar Na asa branca voa o sonho sertanejo Pelas ruas o festejo São João e outros mais Simbora povo visto a bota o gibão Pra dançar agarradinho E não te esquecer jamais Bate zabumba Levanta a poeira do chão Meu xodó é orgulho do cariri A poesia se enfeita no sertão E o sertão hoje mora em Gravataí