Esse gás que não se acaba tem motivo especial É o calor da arquibancada me aguardando no final Grande Família, o vermelho que me veste É cor da chama que ilumina a Zona Leste Meu Deus, abastece o sagrado chão Abençoando a Amazônia e suas belezas Riquezas exploradas sem pudor Sendo assim o criador pôs o gás nas profundezas Guerreiro nativo forçado ao labor Servil à ganância do invasor A corja européia cobiça os metais Do extrativismo aos seringais Me integra ao algoz sob o destino voraz No balanço da canoa meu canto ecoa Nas veias do igarapé Pago pra ver, quem tem na cidade A comunidade do meu São José A luz do lampião virou candeia Aqui, produz o gás em profusão A nova matriz me norteia Emprego, renda, educação Me leva num elo de amor aos dons ancestrais Ritos afloram saberes tribais A fauna dos sons encantados O galo canta na avenida É bom de briga, não manda recado Meu combustível é energia desse povo apaixonado