Adorê as almas Mojubá, axé, Salgueiro Desce orgulhoso pra rua Que eu abro a avenida pro sangue vermelho Mareia não, te carrego no dendê Quem te salvou do mar, feitiço de malê No couro a escritura sagrada Pedaço de história roubada Respeita o que essa terra ajuntou Preto velho e benedito, toda crença tem valor Ê, baiana, quem te deu esse gingado? Fui eu, fui eu, o que tira mal olhado Ê, baiana, tem mandinga, tua gira encantou Te banhei de água de cheiro e aroeira de xangô Alumiei o véu da noite, feito luz de lampião Protejo de bala e faca que gira Trago a estrela macambira pra guardar o meu torrão Das matas fui buscar jurema Separei a alfazema que perfuma teu xirê Despacha na encruza que eu viro o teu jogo Vingo as dores do tambor, manifesto por teu povo Sou zé, Cristo Exú do gueto Fecho o corpo preto no altar do samba Hoje o teu corpo preto vai ser amuleto pra vencer demanda Tranco a rua, veste o velho patuá Abro a Lua pro caminho iluminar Bate palma de macumba, vai na fé do morro inteiro Inimigo cai de banda, arrepia Salgueiro!