Desci o morro e chamei toda a cidade Para te aplaudir Salgueiro é Benjamin de Oliveira No picadeiro da Sapucaí Salgueiro acende as luzes da ribalta Divina luz que me ilumina Abracei o meu destino Como um pássaro menino Criei asas e voei Voei, voei Me aninhei nos braços da arte e aprendi a cair Sina de negô, é trabalhar, apanhar e fugir Comi o pão que o inimigo amassou Com suor e dor Já que tem que ir aonde o zé do povo está Respeitável público, o show vai começar Roda gira, gira roda, faz a baiana girar Essa vida é uma ciranda, vai ioiô e vem iaiá O Salgueiro entra em cena, a alegria está no ar Canta, dança, quem quiser Que o palhaço é ladrão mulher Dancei lundú, nas operetas fiz o Guarani Rrei na folia, vivi Shakespeare Negro, palhaço principal Nos pavilhões, eu fui Otelo, e também Peri Fiz a plateia se molhar de rir, encantei o marechal Se a minha coroa é de palha Hosanas, por não ser de espinhos Toquei o céu, e me juntei a uma constelação Num arco íris de emoção Uma centelha de paixão Um beijo moleque no seu coração