Segredos e mistérios Semeiam de fé minha imaginação Todo de branco sigo os passos de Oxalá Num ritual de peregrinação Da visita a Xangô Búzios caídos em negação O sacerdote implorando em vão Contra a viagem que não tinha aprovação Mas o Senhor de Ifón, irredutível Manteve sua decisão Já que será assim Deverá seguir o odú Para se afastar da morte Sob qualquer hipótese Em silêncio tem que ficar E de jeito algum um pedido recusar Ao Exú que abre caminhos foi negado Um agrado, uma oferta, um ebó Como desforra e feito um menino traquino Cobrou esse trato sem dó Cansado da longa caminhada O velho rei ao seu destino chegou Com um cavalo branco que por ali pastava Um antigo presente que ele mesmo ofertou Sua aparência toda suja da jornada Seu silêncio Jurado ao babalaô O cavalo branco que há tempos procuravam Como um ladrão por sete anos penou Uma injustiça no reino do Obá Pra seu espanto e no afã de reparar Xangô encontra Oxalá Águas frescas que banharam o orixá Roupas brancas em rituais a um Otá Cantigas, comidas, relíquias sagradas Coroas de ouro e prata