Ela que chora sozinha em cima da cama No meio da noite, com medo de morte E o cheiro de cana tirando o seu ar No rosto, um roxo marcado No peito, uma faca Na boca, mordaça, rezando calada Uma prece assustada pra Deus ajudar Não aguenta mais Mas aguenta e jaz suas esperanças Não vê a solução Pra ter fim essa aflição de não ter saída E veio outro dia Mais cedo pra ela Pintura na cara, tentando enganar Do cheiro de cana Ouve as desculpas Promessas fajutas, nada vai mudar Acorda as crianças, prepara um café Coloca pra escola, sai pra trabalhar Não aguenta mais Mas aguenta e jaz suas esperanças Não vê a solução Pra ter fim essa aflição de não ter saída Não sabe mais quando Nem sabe de onde Tudo na sua vida foi desmoronado E hoje tem medo E com medo se cala O marido lhe gasta de tanto apanhar E de tão maltratada Sumindo na vida Ninguém mais separa No seu apagar Não aguenta mais Mas aguenta e jaz suas esperanças Não vê a solução Pra ter fim essa aflição de não ter saída Não aguenta mais Mas aguenta e jaz suas esperanças Não vê a solução Pra ter fim essa aflição de não ter saída