Filha de João Bem-vinda seja a filha de João que só deseja ter a sua cria, encerra as contas, bate o portão, caminha tonta de tanta alegria. Essa menina, já prometida, de mãos feridas de tanto lavar, espera Pedro, mas decidida, pois sua vida foi sempre esperar. Lá vem o Pedro, que não é pedra e ninguém fala em edificar, vem do batente, contra corrente e já descrente de melhorar. Deixa seu barco, o seu barraco, as águas verdes, vagas do mar, pra ver a noiva, pra ser menino no seu destino de navegar. E agora juntos pela cidade caras metades só para amar. Deixam-se livres, deixam saudades pra algum Antônio, de algum lugar.