Se você soubesse a falta que faz Voltaria logo, não me deixaria só A gente dançando no abismo, no meio do caos Por entre os escombros seria legal A coreografia seria maior que nós dois Uma dança esquisita, estranha, sem fim Por entre as cinzas, as pedras, os mortos no chão A gente dançando seria tão bom Sem nada no bolso, sem sonhos e sem violão A gente dançando na rua, sem som Pedaços de braços, de pernas, cabeças também E a gente dançando por entre os vãos O apocalipse, a fome, o ponto final O lixo da História é agora, é aqui Bula de remédio, uma Barbie, a pluma de um cão Pedaço de um dedo, projéteis, canções Oh, baby, olha a paisagem! A poesia que emana das ruínas! Meu corpo junto ao teu, um instante, a linha contínua Sem antes, nem depois!