A casa é velha, mas está bem conservada O pé de jabuticaba “inda” faz sombra na janela O velho pilão “tá” debaixo da mangueira No pasto atrás da figueira, descansa o alazão No fim do vale a montanha é guardiã Protege a casa dos ventos, de tempestades malsãs Um rio manso que não exige tarrafa Chega no quintal e para, respira e volta a correr “Tá” tudo ali do jeito que desenhei Só falta eu na canoa, falta eu em pé na proa pescar a vida que eu quis “Tá” tudo lá de porteira escancarada Só não encontro a estrada que me permite chegar O sol dourado enche os pássaros de cor, De som e de serenatas, de pura canção do amor Quando é de tarde o dourado vira prata, A lua rompe da mata e paira sobre uma flor Dentro do peito o meu sonho é aquarela, Pincel que se desespera com a dura realidade Mas não duvido se não estiver tingido Com a cor dos olhos de todos que juntos sonham comigo “Tá” tudo ali do jeito que desenhei Só falta eu na canoa, falta eu em pé na proa pescar a vida que eu quis. “Tá” tudo lá de porteira escancarada Só não encontro a estrada que me permite chegar. “Tá” tudo ali do jeito que desenhei Só falta eu na canoa, falta eu em pé na proa pescar a vida que eu quis. “Tá” tudo lá de porteira escancarada Só falta eu lá na casa “apenasmente” feliz