Eu não quero nada pra amanhã Eu quero tudo agora Sei que a morte é traiçoeira Chega sem dizer a hora Eu não quero nada pra amanhã Eu quero tudo agora Sei que a morte é traiçoeira Chega sem dizer a hora Eu já pago esse chão pra caminhar Pago a água pra beber Pago até pra sorrir Sei que paguei pra nascer Eu pago o sucesso e pago o fracasso A subida e a descida Pago pra viver, mas não sou dono da vida Tenho que seguir minha caminhada Eu pago tudo não sou dono de nada A natureza me gera e me cria Mas depois se alimenta de mim Na chegada da velhice Quando tudo chega ao fim Sou um padre sem paróquia Um produto sem mercado Volto a ser criança aguardando o chamado Para dar uma mão à morte e um adeus à vida Pago muito caro minha despedida Viajo coberto de flores Viagem que não tem regresso Porque sou e quem não inquilino do universo