Me criei potro nestas lidas de fronteira Lidando com as caborteira, curando touro no laço E deixo o ensino pra quem vier depois de mim Porque Deus me fez assim e ser gaúcho é o que faço É madrugada arrasto as garras pro palanque Antes que manhã levante, hoje é segunda-feira A cavalhada sai da forma pra o buçal Já vou sovando o bocal e compondo a minha maneira Uma bragada sente o cheiro do serviço Fica com pelo de ouriço, sai com o lombo que é um anzol (E o tostado fazendo a volta na estância Troteia com elegância, pela ciência do bocal) (E o tostado fazendo a volta na estância Troteia com elegância, pela ciência do bocal) Desde piazito me criei puxando potro Sovando basto e pelego no lombo da cavalhada E o que me agrada é quando um matungo veiaco Sai roncando, amassa o pasto, prometendo ginetiada Esta potrada que bota brilho na estância — Que seria de um gaúcho se não tivesse cavalo? (Por isso eu sigo neste velho ritual Um bagual, outro bagual, a cada canto de galo) (Por isso eu sigo neste velho ritual Um bagual, outro bagual, a cada canto de galo) Sou campesino, tranço corda e gineteio Na guitarra dou um ponteio, tenho amor no que faço Não sou perfeito, mas me agradaa a lida bruta Potrada na reculuta e gado gordo no pasto Me criei potro nestas lidas de fronteira Lidando com as caborteira, curando touro no laço (E deixo o ensino pra quem vier depois de mim Porque Deus me fez assim e ser gaúcho é o que faço) (E deixo o ensino pra quem vier depois de mim Porque Deus me fez assim e ser gaúcho é o que faço)