O tal bico de carancho É freio sujeitador Não vou dizer que não tenho Não sou dos mais domador! Volta e meia me é preciso Pra um pingo mais coiceador É meu parceiro de tempos Desde guri tenho o jeito Sempre me tocou o serviço Nos flete menos sujeito Já fiz muito boca seca Encostá o queixo no peito! Pra esses boca de grota Que a rédea nunca é serena Desmancha o braço que agarra E a boca segue as más penas Matungo olhando pra o céu Sentindo quando sofrena! E aos poucos vai calejando A boca de algum maroto Carrega assim sua sina Pros que tem balda de potro E ir a golpe apertando a A língua de um pingo e outro E o meu vô já me dizia E é um dito que eu não esbanjo O que é bom já nasce pronto! Já se diz em muto rancho Mas quando é ruim se endireita Na bicada do carancho!