Um ponto final Uma pausa no momento Não precisa ser lamento Toda história vai continuar Um ponto final Um respiro no caminho Não precisa ser espinho Dói, eu sei Mas sempre há ar pra respirar Um ponto final Uma ideia como ponte Como um barco Navegando no horizonte A se perder no mar Um ponto final Na escrita dessa vida Será como uma ferida Que se cura ao caminhar Há, eu sei Um outro fim para além da dor Novo lugar depois do sofrer Uma canção pra compor Outro tempo pra tecer Tudo é Lembrar, viver, partir Tudo foi Morrer, nascer, sentir Tudo foi, será, tudo é Um outro fim pra além da dor Outro tempo pra tecer Tudo é Ponto final Entre o fim e o começo Re-ti-cên-cias E nas andanças da vida Que me sei sendo Temo que todo ponto-fim Seja apagamento Das trilhas que costurei entre pés Cortes, rasuras e tropeços Remendo relações Como quem confia no destino No acaso de Chronos Pandora, Saci de Pedra Na possibilidade que tudo tenha Início, meio e reticências Nada acaba, nada finda! Nada acaba, nada finda! Tudo passa, tudo passa Tudo passa Passa, poço, poço, posso Posso, poço, é osso, é osso E o eco você percebe? A vida ecoa Sempre há um embalo fluido da vida Do agora que nunca há de ser Ou de haver Do ciclo que não tem ponta solta Teimo em ser vida Onde me querem morte Rogo pra deusa do contínuo E pra roleta da sorte Um ponto final É passagem pro invisível Algo irreconhecível Não se vê Mas se acredita que está lá Um ponto final Despedida, recomeço Morte é ciclo do avesso Um mistério pra se enfrentar Há, eu sei Um outro fim para além da dor Novo lugar depois do sofrer Uma canção pra compor Outro tempo pra tecer Tudo é Lembrar, viver, partir Tudo foi Morrer, nascer, sentir Tudo foi, será, tudo é Um outro fim pra além da dor Outro tempo pra tecer