Mais um ano que principia E o inverno, de surpresa Com o seu manto de frieza Vai cobrindo a noite e o dia No meu peito a neve sobeja Qual o branco leito de um rio Mas neste início de janeiro Não quero ver a cinza do pinheiro Sacrificado na minha lareira Que culpa ele tem deste frio Que invade as frestas da porta E me abraça a alma inteira? Eu morreria se a madeira Por minha culpa fosse morta Que eu me queime primeiro Neste frio que sinto agora E que reine o inocente pinheiro Na brancura da vida lá fora