Por favor não toque na tela pintada Dessa bicha viada É tinta fresca, é bicha fresca Fresca é sua tinta Esmaltada com saliva Lubrifica a divina diva Glória glória, aleluia Glória glória, aleluia Essa graça eu vou tomar na cuia Quente como o tucupi Grosso como a goma E vai amolecer a boca de quem provar o meu jambu Jambu na boca dele Meu cu na boca dele Jambu na boca dele Pra vê se ele aguenta babar Até mergulhar na própria contemplação Ajoelha você agora A tela que eu pinto tem sabor de libertação Por favor, não toque, é arte, sangue suor e felicidade Arte de bicha, nb, esquisita, filhe de Maria, tudo dentro faz parte Por favor, me toque, é arte, melodia, lágrimas e carne Arte de bicha, nb, nortista, eu sou a oitava nona décima arte Modéstia parte, modéstia parte Modéstia parte, modéstia parte Me lavo de água tapajônica Icônica Num mergulho ressuscito a cobra grande Sua enorme língua faço trampolim Me arreganho caio pelado no rio E te mostro de onde eu vim Do norte do Brasil Aqui de cima onde faz pouco frio Da estrela que brilha no mais alto céu dessa república de fuleiros Bicha não perde tempo, é temporal E faço do seu veneno fatal Minha bebida matinal Não amadureceu A gata já nasceu Podre pronta pra cair Por favor, não toque, é arte, sangue suor e felicidade Arte de bicha, nb, esquisita, filhe de Maria, tudo dentro faz parte Por favor, me toque, é arte, melodia, lágrimas e carne Arte de bicha, nb, nortista, eu sou a oitava nona décima arte Modéstia parte, modéstia parte Modéstia parte, modéstia parte