De manhã cedo vi o Sol pegando fogo Vi meu olho no teu olho Vi o dia clarear Na tua pele tu trazia um poema Todo cheio de fonema Vindo lá do Amapá E tu falava do teu campo, do teu rio Da noite que teve frio Do lado do sabiá E tu falava da esquina perigosa Da moça escandalosa Que te fez desafinar Eu quero ver O fogo no salão, eu quero ver De manhã cedo tu fosse lá na fruteira Mas o pé de bananeira Tu não pode carregar Na tua pele uma garrafa de cachaça Cambaleando na praça Uma cantiga de ninar E tu falava do teu tempo de menino Do tique taque do sino Da capela a iluminar E tu falava do velho do fim da rua E da carne toda crua que tu tinha que almoçar