Eu faço versos como quem chora De desalento, de desencanto Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto Meu verso é sangue, volúpia ardente Tristeza esparsa, remorso vão Dói-me nas veias, amargo e quente Cai, gota a gota, do coração E nestes versos de angústia rouca Assim dos lábios a vida corre Deixando um acre sabor na boca Eu faço versos como quem morre