No silêncio onde o tempo se desfaz Ouço um eco vindo além do cais No vento, há um sussurro a me chamar No pó da estrada, vejo Teu olhar Quem sou eu, um grão na imensidão Buscando abrigo em Tuas mãos? És o sopro que acende a razão A luz que atravessa a escuridão Se tudo é vaidade, um breve soprar Em Ti encontro o que não vai passar A Lua dança sobre o mar sem fim Como a Tua graça sobre mim O tempo corre, mas em Ti eu sei Que cada passo é um eterno rei O que é o homem sem Teu amor? Um viajante sem direção Mas ao Te encontrar, Senhor Transformas pó em redenção És o verbo antes de existir O começo e o porvir Se tudo se apaga, se tudo se vai Em Ti minha alma sempre há de estar