Puseram na cruz a escrita Firmino Castro Bassualdo E num tranco manso, calmo Dispersou-se a gauchada Uma roda choramingava Deixando rastros pra vila Onde fogões em fumaça Queimavam seus paus de astilha Um a um se foram, indo Cada qual buscando o rumo E eu, nos arreios me aprumo E armo um pito colomi A estância é logo ali Em seguidita no más Chego e explico ao capataz Mansito, porque que vim Volto a galope ao passado Por um instante e mais nada Ouço um assobio matreiro No meio da matungada Vi três zainas coloradas Uns gateados e um oveiro Que ele acostumou com os cuero Num quadro curto das casas Enrolo a trança da rédea Sobre o fio do alambrado Descanso a bota embarrada No liso arame de baixo E vou prendendo um vistaço Debruçado sobre a cerca Até que a vista se perca E retorne pro meu costado Seguem os fogões da vila Soltando fumaça branca E o relógio não se cansa De ir empurrando as horas A primavera ainda aflora E o oveiro pasta tempo Mas sempre castiga o vento Uma cancela que chora Depois que puseram a escrita Firmino Castro Bassualdo Fui e comprei o cavalo Que há de morrer no potreiro Lembro bem do pingo oveiro Quando troteava se espiando Se eu tenho quarenta e dois Floxito tem trinta anos!