Fim de semana prolongado, em pleno feriado na Metrópole Paulista Eu e o Amadeu, tomando umas no bar do Ananias Coisa comum naqueles dias Resolvemos fugir dessa rotina enfadonha e bairrista Expus o meu ponto de vista Ir a Long Beach, pérola rara da Baixada Santista Curtindo uma de surfista Pegamos no batente, fretamos ônibus, passamos listas Mais de mil excursionistas No rádio avisavam, muita atenção, que a serra é só neblina Mas o perigo me fascina Peguei o meu short que já cheirava a naftalina Quem me deu foi Idalina Um presente alusivo ao fim de ano festa natalina Disparou meu coração adrenalina Partimos, frango, farofa, um garrafão da boa Escondido da Patroa Tão apertados, que eu me sentia um contorcionista Desembarcam os banhistas Preparei um mergulho, duplo mortal me estalou a espinha Um transeunte me detinha Retruquei: - seu moço, sou morador de zona ribeirinha! Degrau na sala e um bote na cozinha Deitei no Sol do meio-dia pegando uma cor, em pleno verão Quando me tirando um sarro, gritaram - O otário tá igual camarão! Ouvir tamanho impropério me tirou do sério, eu virei o cão Disse ninguém me segura, respondo à altura, vai ter confusão Mas Amadeu, que é um homem com diplomacia, em tal situação Gastou seu papo furado, chamou-me de lado, deu sua versão Eu, que sou intransigente, cedi ante a força do seu argumento Deixa disso é tudo uma questão de pigmento! Ganhou na hora o sentimento A tarde já caía, a Lua reluzia sobre o litoral Vamos voltar pra Capital! Eu vejo um tumulto, queimaduras de primeiro grau Teve quem foi pro hospital Eu quase que surto, um imprevisto veio igual castigo, vejam vocês Quebrou um coletivo, que acabou guinchado no ABC Meu Deus do céu, quero esquecer!