Portas do milênio se abrindo O novo tempo, em breve Na foto vira o antigo A brisa leve do agora Desaparece na esquina O sol latente da aurora Já não combina comigo Palavra: Filha do tempo Como um tormento enjaulado Quanto mais penso, mais nego Meu universo encantado É que em mim nasce puro Só que eu misturo no espaço E não se sabe onde o muro Fez do futuro o passado (E não se sabe em que mundo Descansa mudo, o pensado) A fome come como o medo Nos impede de lançarmo-nos Para o mar que nos convida A navegar pelos ares Até que se chegue a lua Ou mais um pouquinho o céu Veja a ida está contida Na palavra vida A morte um dia chega e te escolhe Você mal ficou pelado já tem que usar uniforme O seu prazer foi castrado, só pode amar escondido E se andar distraído o seu relógio te engole Mas que saudade tu em eu O trem partiu a gente se perdeu E hoje é cada um em seu lugar Bem longe do que um dia A gente disse que seria a nossa vida Que agora não dá mais, o quê Não dá é pra perder Mais tempo, resmungando Adorando essa tv Prevaleceu e prevalecerá Enquanto vermos daqui onde Quem dali não pode ver E acharmos que a história Aqui começa, e que a gente é dono dela E do que mais no vier Pois precisamos vencer Não me engana mais Nem esse comerciais O ouro engoliu o outro Eu grito socorro Mas não vejo Deus Tu não combina com isso Mas sem parece tá fora Ai de quem, coitado, procura Sentido nessa história E rema trancafiado Nessa redoma inerte No fundo sente um bocado Mascara e só repete