Veja só a ironia Deste amargo destino Cuidei desse moço Desde bem pequenininho Agora ele passa Nem sequer olha para trás Ignora as noites perdidas E de sacrifícios mais Mas hoje ele é doutor Faz pose de rei Não lembra mais da infância Onde humildade lhe ensinei Tratou-me com desdém Como se eu fosse um trapo Lembrei-lhe: Sou aquele Que tanto lhe deu afago Jogou-me três moedas Nada mais, ele se vai É triste, mas é real Meu menino não volta mais Não esqueça, meu filho Do conselho que vou lhe dar Quem hoje nega a mão Amanhã pode precisar E se um dia se arrepender Me abrace, me faça esquecer Que o tempo traz a distância Mas não apaga as lindas lembranças