Me sirvo de um whisky Olho pra rua através da janela Sempre de costas para ela Segundas doses não são mais destemidas Hoje me calam mais ainda Ela ergue os olhos sobre o livro que lê (Lê muitos em poucos dias) Seu olhar dirige o meu para um prato, só, na mesa Mas minha fome é de nossas vidas Goles e silêncio Goles e silêncio Então, boa noite, querido Então, boa noite, querida Será que todo amor tem um fim? O tempo quebrou a magia, e os segredos que nos atraiam? E se o amor não tem final, afinal, o que será que a gente viveu ou sentia? Goles e silêncio Goles e silêncio Então, boa noite, querido Então, boa noite, querida De costas pra janela De frente para ela Engulo seco, mas tudo tem sua medida Ela ergue os olhos até os meus e a boca diz O que eu já esperava ou temia Palavras cortam o silêncio Aos goles nossos desabafos E ao final: Adeus querido (Será adeus, querida?)