Meu pobre sertanejo, tão magoado e triste Não sei como resistes tanta humilhação Ganhastes pra plantar um continente inteiro E a força do dinheiro te arrancou do chão Eu sei que só pretendes ser um bom roceiro Plantar o ano inteiro pra ganhar o pão Tua simplicidade tem como bandeira A terra brasileira e o calo das mãos Alô quem de direito, não é defeito defender meu chão Deem força ao roceiro que eu garanto companheiro Não iremos do estrangeiro importar feijão Ninguém mais brasileiro que o sertanejo Que está indo pro brejo sem solução Fugindo das origens, indo pra cidade E toda a sociedade lhe dizendo não Neste país imenso com florões de terra Se sobe e desce serra sem nenhum plantio Enquanto que o roceiro que eu canto e apoio Só tem pranto nos olhos e o prato vazio Alô quem de direito, não é defeito defender meu chão Deem força ao roceiro que eu garanto companheiro Não iremos do estrangeiro importar feijão Quem ver na minha moda o anti-patriotismo Que pense, sem cinismo, que a verdade dói É fácil pra quem canta e a gente acredita Na frase tão bonita só o amor constrói Se alguém virar o rosto pro lado certo Se alguém chegar mais perto deste meu sertão E der ao sertanejo condições de vida Verá fortalecida nossa produção Alô quem de direito, não é defeito defender meu chão Deem força ao roceiro que eu garanto companheiro Não iremos do estrangeiro importar feijão