A gaita tal qual a prenda Tem que ter que lhe compreenda Pra se dar ao seu cortejo Que o teclado é um corpo nú Onde os dedos do xirú Desatam xucros desejos Que nem china que se entrega A gaita aflita se esfrega Sobre o peito do gaiteiro O coração se sacode Enquanto ela geme acorde Nos braços do seu parceiro Pois a gaita por capricho Aos poucos se faz cambicho Do guacho que lhe bolina Que o gaiteiro é um teatino Que desde piá por destino Faz da gaita sua china É que esse amor de ginete Começa sempre num flerte Num namoro de galpão Mas cresce logo em seguida E o gaiteiro passa a vida Com a gaita no coração