Lenço branco foi um moço Como tantos por aí Sincero amigo sem luxo Desde o tempo de guri Sabendo e fazendo tudo Como igual eu nunca vi Um poder de simpatia Ponchado ao redor de si Tocava e cantava versos Sorrindo a noite inteira Foi o rei dos laçadores E nas lidas de mangueira Montado em seu cavalo Encilhado de primeira Até a morte pealou Diziam por brincadeira Mas no último pealo Que o lenço branco botou O seu braço enfraquecido O golpe não aguentou Foi no pealo do amor Que no laço se enredou E o famoso lenço branco Pois nunca mais pealou Lenço branco homem maduro Transformou-se num rapaz A mulher que ele amava Bonita e xucra demais Deu-lhe carinho e amor Deu tudo que foi capaz Hoje ele só toca e canta No laço não pega mais Saudade é mala de ferro Para quem já vem cansado O famoso lenço branco Nunca mais foi amado Na estampa de um moço novo Ouve um velho acabrunhado Chimarreando mui solito Os recuerdos do passado