Eu quero falar dessas dores E desses amores que motivam mágoas Falar desses desesperos E de tantos erros que provocam lágrimas Contar todos os motivos Que levam o homem à desilusão A falta de amor que existe Faz a vida triste, quase sem razão Pois, desses tempos agitados Com tantos canais de televisão Quem me tem em imagens a cores Espoliando amores dessa geração E eu, rude sertanejo, que a tudo vejo Sofro sem ninguém Como eu gostaria tanto de acabar comprando E viver o encanto de ter uma alguém Mas por capricho da sorte Só me resta a morte para me consolar A dor que trago no peito Que não tem mais jeito para tolerar É uma dor sempre tão forte Não há quem suporte sentir sem chorar Quando eu mudei pra cidade Na sinceridade, eu acreditava Por isso nunca duvidei Nas juras de amor que alguém me falava O meu erro foi tamanho E não é estranho me encontrar assim Pois a força do progresso Faz deste universo um inferno sem fim E é por isso que eu não creio Que exista amor na face da Terra Vivem inventando bombas Destruindo vidas, fermentando guerras Não existe a emoção De um coração batendo de amor Só se sente a sensação Da desilusão da força da dor E é o capricho da sorte Só me resta a morte para me consolar A dor que trago no peito Que não tem mais jeito para tolerar É uma dor sempre tão forte Não há quem suporte sentir sem chorar