Curumim foi nascer Na bera do rio Pará Enxurrada desceu Matou sede da mata Foi no chão de capim Que cantou sabiá Deu arara do céu Veio tucunaré, jacundá Só pra ver brotar O grão da imensidão O som da voz no ar Da vida a anunciar Ritual do pajé Que jogou tinta da cor de mar Nomeou o curumim E se chamou Kawoa Lua mãe visitou Lumiou toda aldeia E a floresta zumbiu Se encheu a ribeira Só pra ver brotar O grão da imensidão O som da voz no ar Da vida a anunciar Kayuá levantou Pela mão de tupã Filho da terra e do rio Do coração do Brasil