Meu velho carro de boi
Agora ficou parado
Mas para mim tu será
Espelho do meu passado

Lembro que já fui carreiro
Há muitos anos atrás
Lá na fazenda Santana
Eu não esqueço jamais

Parece que estou vendo
Lá no imenso sertão
Meu velho carro de boi
Cortando velho estradão

Parece que ainda escuto
O gemer do seu cocão
Subindo o alto da serra
Lotado de algodão

Mas para mim o progresso
Arruinou a minha vida
Fui obrigado vender
Minha boiada querida

Quando levaram meus bois
Não posso nem recordar
Meu carro ficou parado
Não pude mais carrear

Sei que jamais voltará
Minha feliz mocidade
Do tempo que fui carreiro
Hoje só resta a saudade

Até aquela ingrata
Eu não sei pra onde foi
Só me restou nesta vida
Meu velho carro de boi
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