Viajando do samba ao semba Ignorando histórias tortas tipo sem cipa Caminhando e cantando a gente lembra Enaltecendo lendas tipo mestre bimba E no toque dos tambores Com a força de mil tratores Atropelando os pela que põe preços nos valores do som Que chegam nos ouvidos pelos fios condutores O preto sem música, aquarelas sem cores Rumores que tiram pessoas do rumo Conversa torta igual parede sem prumo Eu sei que assumo, se não soma some Longe de mim quem só me consome Ao som do afoxé na batida do pé Marchamos com a força da fé Então me diz quem tu é, se atua ou se esconde Covarde se retrai e os de verdade puxam o bonde Vem no toque do tambor, como Brown falou Há 6 mil anos até pra plantar Os preto dança tudo igual sem errar Cada passo uma peça, no encaixe da dança Cada nota tocada é uma rima que lança Maxilar que balança pelos cantores Enquanto das mãos fazem rufar os tambores A gente pulsa, pulsa do barro preto A Kalakuta, de Trenchtown a Manguetown No começo dos tempos, o tambor ecoou África mãe, onde tudo começou Ritmo pulsante, coração que bate Musicalidade preta, nunca se abate Desde tempos antigos, nos trazem memória Histórias do passado, batalhas e glórias É a linguagem universal que nos une com fervor A cada batida, um elo, um laço de amor Tocamos pra descer, pra subir, pra dançar Tocamos pra agradecer e saudar o orixá O passado e o futuro se encontram na batida Tambores digitais, rituais ancestrais como a paz de Oxalá pra vida