Vou deitar na grama e esperar a chuva nessa madrugada. Vou rolar na cama, e sentindo a chuva, me sentir calada. Vou tocar meu rosto espalhando a chuva pelos meu cabelo. Vou sentir o gosto das gotas de chuva, gosto do que é belo. E entrego o meu toque mais frio, e entrego meu cheiro de cio, e entrego a surpresa de ser quando eu quiser. E entrego pra chuva meu dom de ser mulher. Vou sair à caça debaixo da chuva quase indiferente. Vou rir da desgraça de ver que a chuva me fez transparente. Vou dar gargalhadas. bêbada de chuva, rodando, rodando. Vou voltar molhada, suada de chuva e ninguém me esperando.