Passa lento, amor, ainda te amo Ultrapassa a mim e falta à minha vida Sai de dentro em mim Alças no teu voo acima da minha visão Envolve-te de outra essência Atinge o longe, não cansas de andar Vai como uma pequena barca Que singra o mar já a altas horas Ainda te amo, desvencilhas o teu cainho do meu Não deixes marcas, pintado o meu corpo das pegadas tuas Ainda eu te amaria Armas a ti mesmo das tuas hélices voadoras Permanece a ave, a eu não poder mais te ver Deixas-me ser vazio e só Para que não me dê em nacos Fitilhos desse amor que dizes ser Vais sem pressa, rompe à mim Para que outros eu possa contemplar Te estendes nas águas turvas Largas-me! Já se eleva o Sol Brilham os lugares por onde andamos Primeiro o alto, as frondes das matas Depois o chão onde riscamos planos Contorna a foz no primeiro estreito A que eu não te veja, ainda re quero amar