É com muito prazer e alegria Que estou pisando de novo essa terra Deliciar os meus olhos com o verde E beber da fonte no pé da serra Trilhar os mesmos caminhos Que foram um dia de minha infância Banhar lá na cachoeira Correr os campos como criança Reviver os velhos tempinhos Dos bailes e festas do grande terreiro Vou matar a saudade de outrora Batendo um papo com meus companheiros Levantar de manhã bem cedinho Pra ouvir o canto da passarada Apreciar o intrincado desenho Que faz a rolinha na areia da estrada É bonito e perfeito o contraste Do céu e serra na imensidão A velha porteira de arame, A velha pinguela do ribeirão Vou molhar minhas barras de calça Com cheiroso orvalho do amanhecer Contemplar o por do sol Com seus raios dourados do entardecer A perfeita harmonia de cores Que leva o poeta à inspiração Os encantos da flora e da fauna Embriagam minh'alma e o meu coração A cantiga de um carro de boi, O velho carreiro de modo gentil Propagando seu canto dolente, Banhando nas tardes primaveril A escolinha na beira da estrada Que a professora com dedicação Me ensinou o bê-a-bá E plantou no meu peito a primeira paixão É por essa razão que estou Tão radiante e feliz da vida Não é sempre que posso pisar E de novo abraçar a terra querida Hoje apesar do cansaço Vou dormir mais tarde para apreciar A lua banhando as campinas, Estrelas no cosmos a cintilar Tudo isso me trás prazer, A a felicidade mora por aqui Eu espero voltar de uma vez E morrer nessa terra que nunca esqueci.