Perguntei ás violetas Se não tinham coração Se o tinham, porque escondidas Na folhagem sempre estão Ai as almas dos poetas Não as entende ninguém São almas de violetas Que são poetas também Andam perdidas na vida Como as estrelas no ar Sentem o vento sofrer Ouvem as rosas chorar E eu que arrasto amarguras Que nunca arrastou ninguém Tenho alma para sentir A dor dos poetas também Bendita seja a desgraça Bendita a fatalidade Benditos sejam teus olhos Onde anda a minha saudade