É desse que aparece aí montado Que vem parte do legado que herdaram os avós Foi essa cepa antiga, linha dura Que forjou essa cultura que chegou até nós É desse quadro antigo que eu te falo Dos lanceiros a cavalo num medonho escarcéu É desses, cuja farda foi um pala E algum buraco de bala transpassando o chapéu É um povo que, no campo ou na cidade Fez a própria identidade com uma cuia na mão Que leva ao mundo a história farrapa Põe o dedo sobre o mapa e mostra: Este é o meu chão É dessa linhagem, fibra e coragem dos ancestrais Que vem um povo altivo que mantém vivo os seus ideais É a gente farrapa do fim do mapá, sul do Brasil Velha cepa gaúcha, lança e garrucha, adaga e fuzil São homens de um civismo um tanto raro E um sotaque muito claro que não há outro igual E um jeito que aos mesquinhos incomoda Mas o mate segue a roda sem mudar seu ritual É raça que hoje vive enraizada Numa pátria encravada noutra pátria maior É um tipo que ama o chão onde pisa Põe a mão sobre a camisa e canta o hino de cor É esse aí, no canto do retrato Que faz parte do relato que a história escreveu E dessa estampa bugra em preto e branco Vem esse sorriso franco e esse jeito que é meu É dessa linhagem, fibra e coragem dos ancestrais Que vem um povo altivo que mantém vivo os seus ideais É a gente farrapa do fim do mapá, sul do Brasil Velha cepa gaúcha, lança e garrucha, adaga e fuzil