Do meu sertão estou distante Meu peito chora a dor Eu tem saudade do meu mestre Do som do seu tambor Canta sabiá, entre as flores do juá Buniteza das lembrança Da casa que eu tem lá Meu mestre deu sua palavra Vem pra me buscar Meu coração se descompassa Querendo avuá Sou errante, sou arco-íris sem cor Mas cai no lindo lago do amor Porque, por ti, por qual será Quando Sol raiar, tempo e som se misturar Sem ponteiros que nos matem Na casa que eu tem lá Boniteza das lembranças Por ser de lá Eu trago em meu corpo as marcas da terra Do barro vermelho que tu me formou Na pele os aboios, benditos toantes O canto sereno de quem tanto amou Meus olhos de açude sangrando na terra Revelam saudade do que antes foi Da virgem intocada que era a caatinga Que foi massacrada no rastro do boi Em mim mora o cheiro do pau imburana E o gosto tão doce que tem no juá A força celeste que Deus pôs na terra Nos pés de Angico, Jurema e Jucá Lá do serrado Do interior do mato Já foi!