Eu sempre fui maloca, pensava sozinho Nos enquadro, eu falava: Senhor, eu sou zé-povinho Mal ele sabia que nós era 157 O linha de frente da quadrilha dos moleque Nadando no cifrão, tava de patrão Mas um dia, por acaso, demos falha na missão Não deu pra correr, já tava cercado Acordei no DP, machucado e algemado Polícia do caralho me levou pro corró Respondi 157, suave, eu sou menor Mas minha ficha é grande: 12 e 155 Juíza do caralho pôs pra foder comigo Um ano e cinco meses lá na Fundação Andando com a mão pra trás e sempre olhando pro chão Ó truta, papo reto, eu não vou conseguir Vou montar um time monstro, vou tentar fugir E com uns 30 dias eu já me acostumava Com toda a opressão e os tapas na cara A minha mãe não aguentava vir me visitar E, quando o sinal tocava, via-a desmaiar Eu ficava refletindo nas cartas que chegava Dos manos, da família e também da namorada Mas aí chegou o que eu tanto pedi pra Deus Mais um menor revoltado, mesma fita que eu Só que, nos primeiros dias, ele ficou cismado O tempo foi passando, eu fui trocando um papo O meu vulgo é Kaverinha, vou passar o intuito Quero pular a raposa e voltar pro mundo Demorou pra responder, o menor ficou pensando Depois passou pra mim: Tinha matado fulado Ó, que bagulho doido, não era réu primário Na ficha do menor, tinha cinco assassinato' Chegou mais um neguinho da hora da quebrada Era o mestre dos trâmite, não passava nada Nós já era conhecido como os Irmão' Metralha Puxamos a disciplina dessa Fundação Casa Mas tinha um vacilão tumultuando no pátio Pagando de pá só porque tinha palhaço Aí, neguinho, salve, menor, vamos colar na grade Vamos grudar esse bico que tá de galinhagem Só deixa escurecer que nós encosta' lá E vai ser braço e perna que o trio vai quebrar Mas não foi como eu queria: O comédia caguetou Caiu na mão do sistema, nossa pena aumentou Mas aí, não pega nada, eu já tô fodido mesmo Mas aquele maldito já se foi de exemplo E uma prima minha encostou na visita Me trouxe um biriri com o contato da lojinha O agente já foi pago, já sabe do esquema Se agir no contrário, vai entrar no problema (Alô, quem é?) Alô, irmão, salve, salve, Kaverinha no toque Sintonia Guarulhos, como cê tá, molecote? (Tô suave, e você?) Aqui já tô firmão, preciso do produto A Fundação virou, aqui nós domina' tudo (caralho!) Ó, como cê tá? Tá zica, malandrão? Tá igual no mundão, jorrando disposição? A M, a B e a F tá tendo, mas tem que tá vendo como vai chegar aí dentro Irmão, se liga só, vou te explicar a parada (fala aí) Sabe aquele Ricardão? O marido da Flávia? (Tô ligado) Então, eu já ganhei que ele é um dos agentes Solta uma nota pra ele colaborar com a gente (fechou!) Aquelas preciosas, dez notas de 100 Se ele não aceitar, nós corta aqui na Febem (é isso mesmo!) Não vem pagar de sistema com os menor revoltado Nós vai sair daqui, vamos pular o alambrado Mas cuidado, Kaverinha, entendeu tudo Firmeza, pode pá Sexta-feira a droga chega, vou agilizar Então, forte abraço, irmão Forte abraço, Kaverinha, e fica com Deus Igualmente, a mesma fita E sexta-feira à noite veio o monitor E me disse na calada que a carga chegou Dei um salve no menor e um salve no neguinho Já pode cortar a Colômbia e liberar o verdinho Eu tô tranquilo e calmo, tô com os aliados Mas, de qualquer maneira, eu ainda tô privado A revista chegou e eu não fui avisado E aquele monitor safado do caralho Vai ser esculachado pelos Irmãos Metralha Pra nunca mais querer vim dar cadeirada Atracou na primeira, os internados avançou Só que, já na segunda, jhow, a Choque entrou Ficou sinistro Ficou sinistro Ficou sinistro Foi cena de terror Eu vi as visitas chorar E os pivetes também Mas aqui, cês tá com nós ou morre na Febem Porque o ódio de SP igual a nós não tem Porque o ódio de SP igual a nós não tem Porque o ódio de SP igual a nós não tem Já grudou o monitor, então rasga o refém Porque o ódio de SP igual a nós não tem Porque o ódio de SP igual a nós não tem Porque o ódio de SP igual a nós não tem Já grudou o monitor, então rasga o refém Contra a opressão de todos os parceiros Terror do sistema, caralho!