Essa noite ela me convidou Para ir à casa dela Já pensei durante todo o dia Que a noite prometia Cheguei cedinho lá Nem direito quis conversar Já foi tirando o brinquedo dela E logo se pôs a mostrar Olha, que belo instrumento Que está em suas pernas Abre e fecha, fecha e abre Fazendo um som peculiar Tocando a noite toda E fazendo a festa Até para o vizinho escutar Eu não aguento Não vou perder o momento Já fui pegando o meu pau duro Pois a noite é uma criança Já está formada a aliança Aproveitando a luz do escuro Para tocar a noite toda E ela, eu estimulo Não suficiente, veio a irmã dela Participar da brincadeira Com o seu belo triângulo Mas precisamos ensinar Como faz a batida Acertando o ângulo E foi a noite toda Essa zoeira, elas vão Me matar de cansaço Vou precisar de outro Pois meu pobre braço Não aguenta mais bater Enquanto o dela abre e fecha Abre, fecha, fecha e abre O meu vai para cima Vai para baixo Nunca amolece E o movimento do Triângulo liso da irmã Vai à noite inteira Desse jeito, nem vou Conseguir trabalhar amanhã Foi aí que chamei meu amigo Para ficar mais divertido Os quatro se aventuraram Ele não quis nem saber de capa Já puxou o comprido dele Jogou tudo de lado E só mão que passava Hoje à noite tem ensaio Com a melhor das sanfoneiras Só fechando e abrindo Apoiando em sua perna Eu com o pobre do meu tambor Não acompanhava esse fragor E ainda começou a irmã dela Com aquele idiofone E meu amigo, completando O quarteto com seu baixo Nosso grupo é porreta Só falta um nome Amanhã tem forró Todo mundo tocando sem dó E a galera dançando Batendo palmas E acompanhando no gogó Enquanto o dela abre e fecha Abre, fecha, fecha e abre O meu vai para cima, vai para baixo Nunca amolece Meu amigo, tocando aquele Baixo do cabo comprido Tudo fica mais divertido Junto do Triângulo liso da irmã Desse jeito, vai à noite inteira Nem vou conseguir trabalhar amanhã