Muquirana está pra raça humana Como aquela espécie de sujeito sem prolongamentos Que agrupado aos descompromissados Vira um inescrupuloso explorador da boa-fé É aquele que faz da hipocrisia algo que não o deixe ser verdadeiro É aquele que por ironia não consegue libertar-se Daquele anoso xergão abichado É aquele esboço de criatura da ganacha empapada Maturrengo e chismeiro Que se escapou no susto do pulo de uma zebua enredado nas cerdas Onde o finado transudo deu com a cola na cerca Murrinha é aquele que não vive a sua vida, vive a dos outros É aquele tipo lasqueado, recalcado, sem pudor Que não tem a menor possibilidade de ser outra pessoa É aquele pelego metido a sebo Jaguara, perna ensaboada, refugador de bolada Que na safra da urtiga carunchado, dissimulado Se faz de guacho pra mamá deitado É aquele que se encontra espraiado Nos latifúndios improdutivos da mediocridade Que se aferra à aridez dos assuntos infecundos Dos alcaides, confinado às ampulhetas Enquanto a alusão da maldade persiste num interior de gaveta Agora entendo Porque eles continuam esgotando Desgastando, devorando nossas energias! Eles são decorrência do bando da pele de cordeiro Do toma lá dá cá, do pé de amigo, do mundéu São da turma do qual teu pastel bom cabrito não berra Agora entendo E quem não concordar comigo pode saltar pra fora Das macegas e exprementá o chapéu!