"milonga! Teus olhos são as janelas da alma Onde faço o bem sem olhar a quem Onde quem planta e cria, todavia Dá os fins, dá os meios Onde os meus dias sem idade, a campo Ainda esbarram riscando Num corredor ladeado de arame E o silêncio me assiste a quantas dormidas Num bolicho da linha melódica Onde o saber não ocupa lugar" No pátio onde nasci, perguntam por mim E a tarde onde anoiteço, mateio por ti Aos olhos do que pensamos e amamos à sombra O instante que retomamos aguando a cambona Na sanga dessas palavras, a grama boiadeira E as veias de algum poema, morena Nas veias de algum poema! Na pampa verde estendida, onde estive ao teu lado O outro lado do dia, guria O outro lado do dia! Comigo, as pencas, as carreiras O que somos, do que se queria Contigo, a cancha, o laço de chegada Esticado, entre as melodias Não me enxergo entrando de bolada Nas amagadas de ganhar parelha Nem me afeito a quem não tem cavalo E se mete de paleta Abraça-me, milonga das "casa" Abraça-me, milonga das garras Abraça-me, pra nunca mais olhar pra trás! O que passou, passou, passou... E o que tenho escrito, o que tenho escrito... Fica o dito pelo não dito E "bamo" que "bamo", no más "milonga! Eu te devolvo a lua minguante De um fim de inverno Que se anuncia contido Enquanto te ausentas Eu te devolvo a dor de compor a sombra Desta guitarra crioula Acolherada em meus versos Onde pensar não é dar a resposta"