Ele quis abortar depois do tempo Dezessete anos, mais precisamente Estava tão só, se sentia doente Ninguém lhe dava mais atenção Vivia em uma prisão chamada de mente Tudo o que pensava era motivo pra sofrer Quando menos esperava, o corte estava a entorpecer Se achava só mais um no meio da multidão Via tudo tão sem graça, ouvia a marcha do coração Só mais um que se jogou na vida Só mais um que se viu sem saída Só mais um que se jogou no mar Só mais um que cansou de tentar Cheirava, inalava, fumava, tragava E se acabava Nem ele conhecia o seu sorriso Como se vivesse na desgraça Quando finalmente, chegou o dia Em que ele ia criar coragem pra mudar o que sentia Esse ato tão comum é coragem ou covardia? Toca o telefone, ninguém atende Ele está trancado, inconsciente A corda amarrada E só um sentimento Aquela velha culpa que corrói por dentro Não Descanse em paz Nada mais, jovem rapaz Descanse em paz Nada mais Só mais um que se jogou na vida Só mais um que se viu sem saída Só mais um que se jogou no mar Só mais um que cansou de tentar Descanse em paz