Foi preciso ir a escola Aprender o bê a bá Foi preciso ir também Para aprender a contar Belisquei tanta merenda Na sacolinha de renda Antes do sino tocar Na hora da tabuada Eu botava as mãos para trás Pra contar escondidinho Os nove fora, o menos e o mais Por falar em nove fora Nada era uma palmatória Vinha com gosto de gás Nove e nove, eu dezenove Eu só sabia rimar Dava mão à palmatória Mas não dava meu pensar Matemática de poeta Quem erra depois certa Quem acerta pode errrar Eu cá dentro da escola Comigo falava só De agora em diante Eu quero ir pro bem melhor Menino eu te asseguro O outro lado do muro A escola é bem maior E o tempo foi passando Levei pau pra entender Minha escola é o mundo E o meu mundo é você Já não sou mais analfabeto Porque hoje assoletro Meu olhar meu bem querer