Pintei os sete Baguncei sem pensar nas consequências Mas o meu mestre Disse que eu precisava desenhar A sonhada aparência Que eu gostaria de ter no futuro Comecei alegre Mas não soube como terminar Fiz vários rabiscos Que não cheguei a gostar E o grafite se quebrou E parecia anunciar A impossibilidade de um sonho A vida tá aí A vida tá aí Continuei o meu retrato E detalhes eu pintei Me sentindo fracassada Muitos deles apaguei A imagem não estava clara E eu mal enxergava Os contornos Com indagações no rosto O meu retrato entreguei Ao mestre que me disse Algo que nunca esquecerei Se prepare para deixar marcas Que não conseguirá passar a limpo A vida tá aí A vida tá aí A vida tá aí Sedenta Pra ver como reajo Com que ela me apronta A vida tá aí Que pena Que não dá tempo mais De fazer de conta Mas ele prosseguiu Dizendo que dá pra disfarçar Com cores mais intensas O que não pode se apagar É possível aprimorar-se Com muita ousadia e coragem Disse que aos poucos A vida vai moldando a gente Nos mostra o que traz harmonia Nos faz talentosos desenhistas E dando retoques suaves Transformamos a existência Numa perfeita obra de arte A vida tá aí A vida tá aí A vida tá aí Sedenta Pra ver como reajo Com o que ela me apronta A vida tá aí Que pena Que não dá tempo mais De fazer de conta A vida tá aí Sedenta Pra ver como reajo Com que ela me apronta A vida tá aí Que pena Que não dá tempo mais De fazer de conta