Na porta, lentas luzes de neon, Na mesa, flores murchas de crepon; E a luz grená filtrada entre conversas Inventa um novo amor, loucas promessas; De tomara-que-caia surge a crooner do norte; Nem aplausos, nem vaias: um silêncio de morte! Ah, quem sabe de si nesses bares escuros; Quem sabe dos outros, das grades, dos muros. No drama, sufocado em cada rosto A lama, de não ser o que se quis A chama quase morta de um sol posto A dama de um passado mais feliz; Um cuba-libre treme na mão fria Ao triste strip-tease da agonia De cada um que deixa o cabaré; Lá fora, a luz do dia fere os olhos. Ah, quem sabe de si nesses bares escuros...