Se eu falar do meu passado sei que é leite derramado Se eu falar do meu presente hoje vivo como gente Se eu falar do meu futuro Sei que é muro sei que é duro se eu falar tempo perdido Isso é termo perdido Eu encontro os quatro tempos nos olhos dessa mulata Não tenho medo de doido Se não passa da entrada Não tenho medo de bala Se não tá na espingarda Não tenho medo de farda Se não cabe mais no guarda não tenho medo de quem não me estragar a madrugada Eu encontro os quatro tempos na boca dessa mulata Não tenho medo da sogra Se ela não gostar de cena Não tenho medo padre Se ele não rezar novena Não tenho medo da globo Se a tv não tem antena Não tenho medo da morte se não existir a pena Quando surge a diferença Entre o que existe e o que se pensa, Quando todos os herois falidos E os vilões subnutridos, Resolverem um dia se enfrentar Nunca se sabe no que vai dar