Sou caipira botinudo Eu tive pouco estudo Só meu nome eu assino Moro em uma palhoça Minha vida foi na roça Sou um caipira genuíno Eu não sei falar na gíria Na cidade sou caipira Mas na roça sou ladino Maior parte da moçada Não sabe encabar a enxada Vai lá em casa que eu ensino Vivo naquelas quiçaças Não quero morar na praça Em sonho nem imagino Levanto de manhãzinha Escuto na capelinha O triste dobrar do sino O astro rei ilumina Aquelas lindas campinas Brilha o orvalho cristalino Lá na roça tem função As noites de São João E as festas do divino O mundo foi minha escola Sempre gostei da viola Desde o tempo de menino A viola eu respeito Quero ver quem põe defeito A viola que eu afino Meu avô foi catireiro Sou filho de violeiro Nasci com esse destino Gosto de dançar catira Quem nasce pra ser caipira Não sabe imitar grã-fino Gosto de dançar catira Quem nasce pra ser caipira Não sabe imitar grã-fino