Na cadeira de balanço vi meu pai se balançando Eu sabia direitinho o que ele estava pensando De uma sala escondida seu rosto fiquei olhando Comparei uma bandeira que o tempo vai arreando Bandeira feita de lida No velho mastro da vida solitária a tremulando Conforme a cadeira ia e pra traz e depois voltava Nos braços frio de madeira o seu braço descansava Ali o filme do tempo na minha mente passava Senti uma gota de pranto que no meu rosto rolava Percebi naquela hora Que o mocinho de outrora na cadeira cochilava Bandeira feita do tempo que o próprio tempo bordou Cada ponta de tristeza o seu rosto registrou É um marco de saudade que no coração ficou De um soldado veterano que na luta aposentou Todas minhas faculdades Não me ensinaram a metade do que meu pai me ensinou