Passarinhos rabiscando canto no nascer do sol E a canção me madrugando a dentro Apontando agora mesmo em toda direção Retornado à casa pois o caminho é de vento Quem fui, quem estou? Quem serei, não pergunte Meses, eras, horas Um segundo! Sou um caminhão a me levar pela estrada Quanta gente sobe de carona Lembrança, paisagem, sol, poeira, casa, chuva Tudo muda tanto a toda hora como encanto Mato, pedra, estrela, coração Tudo, nada, tempo Uma coisa só E se o mundo inteiro adoecer? E se tudo agora corroído está? Haveria um jeito de eu te proteger? Nós a sós num ninho a nos abraçar Vento leva Longe pétala de flor Voa, leve, calmo Esse bilhete pro futuro Diz ao maquinista jovem Quem conduz a tudo é Deus Que cuide da terra como última semente em mãos Quisera compor Um verso, um salmo curandeiro Ter luz na voz, milagre Para acordar você