Já não escuto relinchos Bem quando desponta a aurora O sol que acordava os bichos Luziu mais fraco lá fora Já não pressinto cambichos No olhar da prenda mais linda Já não encontro nos bretes Porteiras de boas vindas Mas quando abraço a guitarra Sinto de longe o tropel Relinchos dessas potradas, E o sol radiante no céu O olhar da "flor" mais querida Me traz ternura e amor E ranchos, plenos de vida Florescem no corredor Coragem que não é minha, Mas é de todo lugar Desperta nas entrelinhas A luz de um novo cantar Mas antes de cada nota Encontro a revelação, Algum caminho sem volta Algum carinho nas mãos! Talvez não seja a guitarra, Talvez me falte a visão... Talvez carregue as potradas Rinchando no coração Talvez o olhar dessa prenda Queira amansar meus estios Mas não enxerga as auroras Quem mira o fundo do rio O céu se mostra distante, Guitarra o traz pra bem perto Eu ergo então meu semblante Pra os rumos do céu aberto Pressinto a paz num sorriso, Zombando da solidão, E o céu dizendo que a vida É bem maior que a canção!