Pra lá, pra cá... Deixando pra lá A paralisia O peso a portar Do dia após dia O preço a pagar Por cada alegria ou sabor Pra cada magia, um valor Um prazo a cumprir, uma dor Deixando pra lá O quadro cinzento E cobrindo de cor O apartamento Sentimos calor Ao improvisarmos balés E o prédio tremer sob os pés Pra cá, pra lá... Trazendo pra cá Teu corpo em brasa E de pé no sofá Deixando a casa De pernas pro ar Começamos a decifrar A linguagem dos nossos pés A dialogar no salão Pra lá e pra cá Pra além da nossa imaginação Será que é um pássaro ou um avião O corpo que quer decolar Girando em um turbilhão E a noite criança se torna mulher Na cadência da valsa, a gente até Sente, enquanto ultrapassa a barreira do som, Turbulências no chão.